Abstract :
[fr] En avril 2019, les étudiants du master en muséologie de l’Université de Liège (Belgique) ont eu la chance de visiter Mértola. Située dans le sud du Portugal, cette petite ville est l’héritière d’un riche patrimoine valorisé depuis 1978 par le « Campo Arqueológico de Mértola ». Reposant sur les observations réalisées au cours de ce voyage, cet article analyse les aspects innovants et les défis de cette expérience singulière de muséalisation de l'archéologie.
Un premier axe d’analyse s’intéresse au concept de « développement durable » qui est au centre du projet développé à Mértola. En effet, ce projet est articulé autour d’une forme alternative de développement reposant sur la richesse du patrimoine local, alors que la région est menacée par la dépopulation. Aussi, face aux dangers inhérents au tourisme de masse, Mértola propose comme alternative un tourisme culturel et rural qui rend à la communauté locale le bénéfice de ses efforts dans la préservation du patrimoine.
Un deuxième aspect développé dans cette contribution est l’intégration des espaces archéologiques muséalisés dans le quotidien de la population locale. Véritable ville-musée, Mértola propose une conception particulière de l’archéologie qui, en tant que science ouverte, ne doit pas uniquement s’adresser aux spécialistes, mais également se mettre au service de la société.
Au final, l’expérience singulière et innovante proposée à Mértola conduit à s’interroger sur notre conception du musée et sur son rôle dans notre société.
[en] In April 2019, the students of the Master in Museology at the University of Liège (Belgium) had the opportunity to visit Mértola. Located in southern Portugal, this small town is characterized by a rich heritage valued thanks to the "Mértola’s Archaeological Field" since 1978. Based on the observations made during this trip, this article analyses the innovative aspects and the challenges of this singular experience of archaeological musealization.
The first axis of analysis focuses on the concept of "sustainable development" that is at the heart of the project conducted in Mértola. As a matter of fact, this project is articulated around an alternative form of development based on the richness of local heritage, while the region is suffering depopulation. Furthermore, facing the risks related with to mass tourism, Mértola proposes a cultural and rural tourism as an alternative, giving back to the local community the benefit of their efforts in preserving the heritage.
A second aspect developed in this contribution is the integration of the archaeological museum spaces into the daily life of the local population. As a true museum-town, Mértola proposes a particular conception of Archaeology which, as an open science, should not only be a prerogative for specialists, but should also put itself at the service of society.
In conclusion, the singular and innovative experience proposed in Mértola leads us to question our conception of museum and its role in our society.
[pt] Em abril de 2019, os estudantes do Mestrado em Museologia da Universidade de Liège (Bélgica) tiveram a oportunidade de visitar Mértola. Situada no sul de Portugal, esta pequena cidade é herdeira de um rico patrimônio valorizado desde 1978 pelo "Campo Arqueológico de Mértola". Com base nas observações feitas durante esta viagem, este artigo analisa os aspectos inovadores e os desafios desta singular experiência de musealização arqueológica.
O primeiro eixo de análise centra-se no conceito de "desenvolvimento sustentável" que está no cerne do projeto desenvolvido em Mértola. De fato, este projeto se articula em torno de uma forma alternativa de desenvolvimento baseada na riqueza do patrimônio local, enquanto que a região está ameaçada pelo despovoamento. Além disso, face aos perigos inerentes ao turismo de massas, Mértola propõe como alternativa um turismo cultural e rural que devolve à comunidade local o benefício dos seus esforços na preservação do patrimônio.
Um segundo aspecto desenvolvido nesta contribuição é a integração dos espaços dos museus arqueológicos na vida quotidiana da população local. Como uma verdadeira cidade-museu, Mértola propõe uma concepção particular da Arqueologia que, como ciência aberta, não deve ser somente prerrogativa de especialistas, mas também colocar-se ao serviço da sociedade.
Finalmente, a experiência singular e inovadora proposta em Mértola leva-nos a questionar a nossa concepção do museu e o seu papel na nossa sociedade.
Name of the research project :
Les muséologies insurgées: échanges transnationaux
Les sens, les temps et les destins des choses